Ronaldo de Oliveira/CB/D.A Press
O reencontro dos ex-governadores José Roberto Arruda e Joaquim Roriz aconteceu na sua casa, durante um jantar. Você acompanhou a conversa?
Cedi minha casa porque, de acordo com Roriz, era um lugar onde não haveria vazamentos. Por isso, coloquei os dois em uma sala isolada e os deixei sozinhos para conversarem.
Não teve curiosidade de saber o que eles estavam conversando?
A curiosidade foi tirada depois, em conversas com o Arruda e com o Roriz. Eles me colocaram o que foi discutido. O objetivo era fazer o entendimento entre os dois, o que foi alcançado.
O surgimento de lideranças de partidos de direita tem despertado ciúmes. A pré-candidatura de Luiz Pitiman (PSDB), por exemplo, causou reações de correligionários. A oposição no DF está dividida?
A direita pode estar brigando, mas o pensamento é que lá na frente todos vão estar juntos. O problema do Pitiman é que ele não tem histórico e densidade política. Ele chega no processo como uma pessoa habilidosa e bem articulada, que de repente queria se titularizar na disputa para a sucessão, mas sem ter aquilo que é mais importante em uma eleição, que é o voto.
Quem desse grupo tem mais condições de ser cabeça de chapa em 2014?
As nossas duas grandes lideranças são Roriz e Arruda. Se ele forem impossibilitados, haverá um entendimento entre os dois para que indiquem sucessores de seus espólios. Aí, pode ser que seja o Pitiman, a Eliana Pedrosa, eu, ou o Izalci, por exemplo. Mas tem que ser um nome abençoado por Roriz e Arruda. É legítimo pleitear qualquer coisa, mas é preciso ter humildade. Tive 511 mil votos em 2010 e, mesmo assim, não digo que sou candidato a governador acima de qualquer coisa.
O também senhor é pré-candidato ao governo?
Só seria candidato a governador se houvesse consenso e harmonia, ao contrário de alguns, que só porque são habilidosos e bons de conversa acham que vão levar todo mundo no bico. Eu falo o que eu acho que tem que ser falado. As pessoas precisam ter senso para não ficarem expostas a determinadas críticas. Temos que formar o time, mas só escalar em 2014. Alguns não entendem essa mensagem e se acham no direito de se arvorarem a candidato na sucessão. O Pitiman queimou a largada.
Nesta semana, o senhor almoçou com Jofran Frejat (PR) e Izalci (PSDB). Os três podem estar em uma chapa majoritária?
Podemos, claro. Nós reunimos em três nomes questões importantes como saúde, educação e segurança, que são pilares básicos para a sociedade brasiliense. Começaram os entendimentos, mas tivemos o cuidado e a cautela de não tomar nenhuma decisão definitiva, nem fazer nenhum anúncio antecipado. Vamos continuar conversando, é assim que tem que ser.
O senhor convidou o ex-governador Joaquim Roriz para ir para o DEM e o nome foi rejeitado pelo diretório nacional. O senhor não desconfiou que poderia haver rejeição? Foi um jogo de cena?
Foi um grande equivoco por parte do presidente nacional do DEM. Ele não conhece a realidade de Brasília, deu a sua posição, que não foi nem a do diretório. Houve votação, um placar de oito favoráveis e três contrário. Dois desses ele foi buscar pelo telefone. Eu e quem entende de política lamentamos essa posição, até mesmo porque o partido ganharia musculatura para disputar uma eleição majoritária no DF em 2014.
O episódio enfraqueceu o diretório regional do DEM e consequentemente o senhor?
Sim, enfraqueceu muito. O DEM só não morreu porque eu não saí, não abandonei o barco afundando. As pessoas têm que ter sensibilidade, entender que política se faz de acordo com a região. Não me conformei com a decisão do senador Agripino.
Acha que o DEM vai conseguir ganhar na Justiça o mandato de Paulo Roriz, suplente de Raad Massouh?
Com certeza. O mandato pertence ao DEM, esse assunto não tem discussão. Por politicagem e por conta de uma visão míope da mesa diretora, estão querendo tirar o nosso mandato no grito. O Paulo Roriz não é do DEM desde 2012, sendo assim não pode assumir mandato que pertence a partido. Quem deve assumir o mandato de distrital é Tatu do Bem.
Fonte: Eixo Capital